O rabugento e a inveja

Agnaldo Almeida, jornalista porreta e amigo de muitos rabugentos trouxe esta delícia da vida real..

Da série Comédias Urbanas:

Restaurante praticamente vazio, estava eu numa mesa do antigo Drive-in, tendo à minha frente um velho amigo. Braços cruzados, ele começou a dar sinais de impaciência. Aparentemente não havia motivo para isso.

- O que é? Tás agoniado?

- Não, tô com inveja.

- Inveja de quê?

- Olha pra trás.

Olhei e numa mesa mais afastada um jovem casal se consumia em beijos e abraços.

- E o que é que tem demais?

- Não tem nada. É que a felicidade dos outros me dá um abuso...

Dos rabugentos-mor que conheço

Todo blog demora um tempinho para começar a receber visitas mais relevantes que as trazidas pelos desavisados do google.. Enquanto o espaço aqui está vazio de histórias (podem mandar, viu? Mandem para esse e-mail que eu reproduzo: parabreno@gmail.com ) vou contar uma rapidinha de um rabugento-mor.

Apesar dos meus poucos 35 anos costumo andar na praia do Cabo Branco, aqui em João Pessoa, com uma turma que tem pelo menos 55! Acho que o mais novo além de mim deve ter no mínimo 45 e ele está só. O resto tem 55 - 60 or plus. Um deles é conhecido por seu mau humor. Ser rabugento está intrinsecamente ligado ao mau humor e à murmuração. Pois bem, meu amigo viajou recentemente para Fernando de Noronha. Antes de embarcar já disparava: Estou indo, mas já sei que vai ser uma bosta.

E lá se foi curtir um final de semana na famosa ilha pernambucana... Ao retornar não demorou nada para soltar sua primeira rabugice: Não disse? Um bosta! Tudo caro. A melhor coisa que comi lá foi um cheeseburguer que custou tantos (não lembro o valor) reais!

Aí você está se perguntando: Quem vai pra Fernando de Noronha para ficar reclamando do lugar, dos preços e contando vantagem por sua expectativa negativa ter se confirmado? Esse meu amigo. Ganhou (ganhou nada, ja tinha!) meu selo rabugento-mor de qualidade!

Isso ainda vai virar um livro...

Quem nunca passou por uma história que parece conto de ficção tamanha a rabugice da coisa? Hoje li duas no facebook contadas por meus queridos amigos jornalistas Lidiane Gonçalves e Wagner Lima. Vou pedir a eles para que as reproduza por aqui. São bizarras!

Imagino que com a colaboração de todos, dá pra juntar material suficiente para que isso vire um livro.. Depois a gente edita, vende e reverte de alguma maneira para o bem comum.. Quem sabe para não tornar o mundo menos rabugento e ao mesmo tempo rirmos das nossas próprias mazelas?

A ideia é essa. Quem começa?